De tempos em tempos é bom fazer uma certa análise das nossas prioridades. Afinal, o que realmente importa? Tirando a questão da sobrevivência em si, saúde e tal, as prioridades são (ou deveriam ser) sempre muito simples. Tenho pensado muito nessa questão. Para definir prioridades, é preciso antes definir valores. São eles que norteiam tudo o mais.
Há pessoas para quem a foto vale mais que o fato, vale mais que o afeto. Não importa se é tudo falso, de fachada, se a foto ficou boa, então está tudo bem, tudo perfeito. No perfeito, não há lugar para nada que fuja do padrão, para o divórcio, para o luto, não há margem para erro ou recomeço. Os esqueletos vão ficando enterrados nos armários e fedem enquanto apodrecem. É certamente uma forma de viver: viver de aparências. Para o egocêntrico, o que importa é ele e o que pensam dele, perdendo a oportunidade de conhecer o seu entorno. A vida passa e ele deixou de conhecer um fillho, um pai, um amigo maravilhoso que estava bem ali, mas que ele não teve olhos para ver. Construiu à sua volta o muro intransponível do isolamento, e reina absoluto em seu delírio, sua bênção é mesmo sua ignorância. Para esses, tenho pouco ou nenhum tempo.
Gosto mesmo é da troca, e quero aplicar meu tempo tecendo e fortalecendo vínculos. Ter tempo de ouvir o outro e poder dialogar de coração para coração. Isso, pra mim, é o que faz a vida tão linda e rica, é o que dá sentido à nossa breve existência. Assim, posso rir, chorar e me emocionar ao descobrir o valor das relações, sejam elas de homem e mulher, de amigas, de padrasto e enteado, de tia e sobrinha, de porteiro e morador, relações de amor e de amizade. É bom demais esse negócio! Nessas relações, há integridade, integração de luz e sombra, as caveiras podem sentar na sala, são tratadas com respeito e compaixão, arejadas, trazidas ao sol da verdade, não fedem. Podem até denegrir a perfeição das aparências, mas e daí, se o que importa é o conteúdo?
Assim, termino essa postagem citando Elza Soares: "o que se leva dessa vida é o que se come, o que se bebe, o que se brinca, ai ai."
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
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8 comentários:
Amiga,
Lendo o seu texto, me lembrei de uma frase que li no Livro Tibetano do Viver e do Morrer: " A maioria das pessoas morre despreparada para morrer, como viveu despreparada para viver." A imagem dos esqueletos enterrados nos armarios tambem esta no livro quando Rinpoche diz que quando vivemos assim, nos tornamos cadaveres vivos, inconscintes, pois nos apoiamos numa falsa crenca de continuidade e permanencia.
Bjs
Como passar a vida sem sentir???
Isto definitivamente não e para mim!
Eu sinto tudo! E concordo 1000%...a troca
e tudo! Observar outras experiências ...ouvir...
aprender...sempre.
Amiga vc brilhou com este texto!
Bjos enormes
Re
Que belezura! Esse post é um sopro de ar fresco nesta sexta chuvosa. Maravilhoso, querida!
Beijos!
Re Mazoco
Lindo texto Dri, amei!
Vamos viver tudo que há para viver!!
Beijos, Monikita.
Queridona,
o que realmente importa é perceber o que realmente importa.
Beijão,
Sol.
Nossa dri, andei meio atolada e não tinha lido as últimas postagens e fui de trás pra frente , heheheh... li o lindo poema da Sol e agora esta postagem . Como é bom ter amigas sensíveis como vc., Sol , Bia...
Muito bom Adri, vamos nos importando com o que importa de verdade!!!
bjs
Gui
Querida, também concordo que esse é o sentido da vida.. ando tanto sentindo o que, supostamente, em se tratando de "aparências" não deveria sentir, que esse texto fez todo o sentido!
amo ser sua amiga!
beijos enormes
gabi lacombe
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