sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Da vida

Salve, gente! Andei sumida, é verdade... Mesmo sendo uma geminiana falante, andante, (e muito pensante), tenho cá os meus silêncios. Ora por não ter nada a dizer, ora por estar absorta num universo interno que não se deixa articular. Não se trata de um silêncio frio ou indiferente, há calor e alguma melodia no meu calar. Os tempos do silêncio são tempos de mar, ajustes internos, prioridades da alma.

Dessas, estar com quem me sinto aceita e à vontade são um grande prazer. Estar comigo tem sido assim. Pode ser que isso seja a tal maturidade que o povo fala e nunca soube exatamente o que era... Será que parte da maturidade tem a ver com se aceitar? Se for, o troço é bom, viu? Vale deixar um pouco da juventude (e seu intenso desejo de agradar) para trás, conviver com as rugas, mazelas, perebas. Existe nisso vasto alívio e liberdade.

Nessa onda liberta, resolvi sair sozinha, ouvir um pouco de música. Engraçado como em pleno século XXI estar sozinha num bar/restaurante causa espanto, um certo olhar de desolação, como se a pessoa sozinha fosse meio estranha, infeliz, sei lá... Mas o melhor disso é a diversão: Diz o maitre: "a mesa é para quantas pessoas?" e dá vontade de dizer: "para três: me, myself and I" - a tradução dessa expressão seria talvez um "mim, eu mesma e eu" - tríade até que bem divertida! A música era da melhor qualidade: violão, baixo, batera e sax - alternado com flauta transversa - uma festa para os ouvidos. - Gostei tanto que vou voltar lá! - De repente, senta ao meu lado um garoto de 8 anos, filho de um grande amigo. A conversa é interessantíssima, puxa assunto de cinema, falamos sobre o bruxo Harry Potter, depois me fala dos lugares do mundo onde "é amarradão para ir". Meu coração transborda de admiração por toda aquela graça e vivacidade, uma alegria!
E penso que a vida é mesmo maravilhosa quando estamos receptivos a ela...
As vezes, achamos que estamos juntos e estamos sós, outras vezes, achamos que estamos sós, e estamos juntos! Saravá!Detail from the Miggy Tree illustrated by Anna Walker