Astrologia política não é meu forte, mas diante dos acontecimentos atuais, não dá pra não falar da entrada de Plutão em Capricórnio agora em novembro.
Senhor dos processos lentos e dolorosos, Plutão é o grande transformador do zodíaco e traz à superfície aquilo que está oculto nas profundezas, como algo que revolve o fundo de um lago trazendo o lodo à tona, para que possa ser limpo. Seu significado tem a ver com morte e renascimento, com o fim definitivo de algo para dar origem a algo mais adequado à essência.
Após o crash de Wall Street em 1929, Plutão foi descoberto em 1930, no signo de Câncer (onde esteve de 1914 até 1939). Sincronicamente, o mundo atravessava uma forte recessão política e financeira. A década de 30 marcou o surgimento de governos totalitários na Europa com fortes objetivos militaristas e expansionistas que resultou na Segunda Guerra Mundial. Também nesse período, pesquisas científicas levaram à divisão do átomo e à conseqüente descoberta da energia nuclear, usada tanto para a destruição em massa como para a cura.
Capricórnio é o signo do alto da mandala astrológica, o arquétipo da autoridade, dos limites, da estrutura, da ordem institucional e governamental. Durante esses anos viveremos profunda transição nas estruturas políticas e sociais, em termos coletivos. É exatamente nessa esfera que Plutão transitará de 2008 até 2023. (Arrisco dizer que a coisa ficará ainda mais exacerbada de 2010 á 2015, período em que forma uma quadratura com Urano em Áries.) Em seu curso, Plutão fará ruir estruturas consideradas sólidas como bancos (grandes falências e fusões para evitá-las), instituições e até governos. Por estarem inseguros, governos tentarão cada vez mais controlar suas populações através da política do medo, tendendo à maior centralização de poder, em nome da segurança, uma estratégia de manipulação. Podemos esperar o uso da força militar, maior controle de fronteiras e de cidadãos pelo uso de câmeras de vigilância, assim como recessão, escassez de recursos, como água e alimentos, e a imposição de regras mais controladoras e rígidas, o que pode levar a rebeliões e até mais guerras.
O mundo vive uma fase de reforma. Cedo ou tarde, atentaremos para esse fato e passaremos a um uso mais consciente e responsável dos recursos que temos. A ordem é DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. Especialmente, nós, brasileiros, donos (?) de vastas reservas naturais. Acho que o mundo ainda pode precisar muito da gente...
Assim que escrevi esse texto, enviei-o à amiga Bia Casotti, pessoa muito sensível e sensata, perguntando: "Amiga, escrevi o texto, mas tô achando muito sombrio demais da conta. O que vc acha?"Eis a resposta: "Achei bom. O sombrio faz parte desse lodo que virá a tona, mas talvez no final fosse interessante falar um pouco mais da possibilidade desse lodo ser transformado, ou seja, ser limpo e renascer algo mais interessante para a humanidade."
Me lembrei do programa que vi ontem na Globonews, daquele rapaz Trigueiro, que mostrava uma usina de reciclagem de embalagens longa-vida, em Piracicaba (a única no mundo todo) com uma técnica que separa o alumínio e o plástico do papel (essas embalagens não são só de papel) e, de um caldo marrom estranhíssimo surgia no final rolos enormes de um papel fabuloso. Além de barras de alumínio e parafina. Tudo isso utilizando técnicas que não poluem em nada o meio ambiente. Eu acho que isso mostra a nossa capacidade de transformar o sujo em algo adequado à essência.
Genial a minha amiga, sabe tudo. Vou repetir as palavras dela: o surgimento de algo mais interessante para a humanidade.
o planeta Plutão