sábado, 30 de agosto de 2008

A importância de dizer não

Outro dia, conversando com um amigo, ele disse que tinha aprendido a dizer não. Aquilo me surpreendeu por vir dele, alguém que sempre considerei muito safo, nunca passou pela minha cabeça que ele pudesse ter dificuldade para estabelecer limites e simplesmente mandar um não bem mandado para quem quer que fosse... mas não é bem assim... por mais forte que se aparente ser, o não ainda é uma questão de aprendizado, treino e prática,.

São muitas as cobranças e as demandas desmedidas que merecem um belo não. Podem vir dos amigos, de um patrão, da família, de qualquer lugar. Se você tem filhos então, o não é uma prova de amor. Pode inicialmente acarretar em uma certa culpa... dá trabalho. Pode parecer mais fácil dizer sim e não desapontar a expectativa dos outros. Principalmente se estamos (ou fomos colocados) no lugar do bonzinho, do disponível. Os outros podem até se indignar quando saímos desse lugar tão cômodo para muitos.

Porém, dizer não é uma questão de sobrevivência. Mais cedo ou mais tarde todos teremos que começar a praticar. Se o mundo fosse um lugar onde todas as pessoas tivessem um alto grau de semancol e respeitassem umas o espaço das outras, o não nem seria tão imprescindível. Mas é. Temos que fazê-lo em prol da vida e da sanidade. Incrível como aprender a dizer não valoriza o nosso sim.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Sobre o luto e a morte

Temos horror à morte e é até compreensível, posto que é a separação final, a derradeira. Parte de toda angústia humana tem a ver com separação e ela é a separação irrevogável. Mas uma coisa é certa: todos vamos, mais cedo ou mais tarde, nos deparar com ela – e não estou falando da nossa própria morte, a morte que se morre – falo da morte de entes queridos, a morte que se vive. Quanto mais vivermos, mais pessoas veremos morrer.

No tempo dos nossos avós, as pessoas morriam e eram veladas em casa, normalmente o caixão era colocado na sala da casa e velado por toda a noite, com choro, conversa, bebida e comida. As pessoas contavam casos da vida do morto, riam dos seus episódios hilários e choravam a sua partida. Só então o cortejo partia para o funeral. Hoje, morre-se mais nos hospitais e o velório praticamente não existe: no cemitério São João Batista, por exemplo, as capelas são fechadas às 22 horas por “motivo de segurança”. O morto fica lá sozinho, esperando os familiares voltarem para o enterro no dia seguinte (sem comentários).

No sétimo dia, os que são católicos celebram uma missa muito da impessoal, raramente alguém faz um discurso, toca uma música ou lê um poema em homenagem àquela vida que se foi. Aos que perderam uma pessoa amada, restam o silêncio, a solidão. Não é raro ouvir alguém falar de uma viúva ou um filho assim: “fulano tá ótimo, já até voltou a trabalhar”. Destituídos do ritual, perdemos o direito à celebração da pessoa que partiu, o direito ao luto. Não que eu ache que a vida não tenha que prosseguir – ela vai prosseguir – mas vai prosseguir melhor ainda se pudermos sentir o luto e sair dele. E para sentir o luto, precisamos poder falar sobre quem morreu, recordar histórias, rir e chorar, sentir o calor da acolhida de quem ainda está aqui, compartilhar a perda com outros que também amaram aquela pessoa. Assim, a morte tem o poder de unir os vivos.

Vai o luto e fica a saudade que volta e meia aparece precipitada pelo gosto de uma comida, por um cheiro, um sonho, uma lembrança. Nossos mortos estão vivos dentro dos nossos corações e das nossas memórias e só de fato morrerão de todo quando nós também tivermos partido. Eu sou a favor da volta do ritual, nem que seja um singelo almoço íntimo na saída do funeral... proponho uma festa (também íntima e singela) de sétimo dia.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

O Sol no mapa natal

No mês de Leão, uma homenagem ao astro-rei:
Força vital da galáxia e do mapa natal, o sol é um símbolo da nossa individualidade e auto expressão, uma fonte de energia e luz. O sol no mapa natal é como uma seta apontando uma direção na vida do indivíduo. Dizemos que somos daquele signo (signo solar), mas devemos de fato desenvolver conscientemente as qualidades desse determinado signo (e também das atividades relativas à casa do sol natal), pois representam algo vital ligado ao nosso potencial. Quando expressamos as qualidades do nosso sol, estamos contribuindo para o todo, como um instrumento que faz parte de uma orquestra. É a nossa capacidade de nos tornarmos quem somos e, é claro, servimos melhor quando somos nós mesmos. Psicologicamente, é o princípio da polaridade yang, masculina e ativa da carta natal, o animus, individuação, identidade, diferenciação.

Todo mapa natal conta uma historia: no princípio da vida, somos mais lunares, mais instintivos e indiferenciados. A lua indica onde e como somos afetados pelo meio, o sol indica onde e como afetamos o meio. O sol é o nosso herói, e o herói tem uma jornada a cumprir, o desenvolvimento da personalidade. Essa jornada começa com o nascimento. Em alguns momentos da vida, recebemos “o chamado para aventura”. Assim como o herói dos contos de fadas, receberemos ajuda e também teremos empecilhos e dificuldades (sabotadores, sombra).

O planeta regente do signo solar pode ser um grande aliado nessa aventura, é essencial que ele seja usado como instrumento de batalha. A batalha com o dragão (o lado de nós que deseja permanecer indiferenciado, que tem medo de mudar, de brilhar, medo de não ser mais amado, medo da solidão) é parte intrínseca dessa jornada. Essa solidão é sentida até encontrarmos a nossa orquestra, a nossa família espiritual. A carta natal pode indicar que planetas são nossos aliados na jornada, e que outros planetas sentimos como inimigos. Algum prêmio é obtido com a derrota do dragão, geralmente, algo que nos dá propósito, significado, que faz a batalha valer a pena. Ao desenvolvermos características solares, passamos a ter vontade e escolha. Há no entanto o perigo de nos tornarmos arrogantes ou dissociados do princípio lunar, dos nossos instintos e emoções. Essa dissociação é altamente destrutiva. Devemos buscar um equilíbrio entre os dois princípios:

“Ganhar liberdade das flutuações da natureza, das emoções, dos instintos e do meio é uma coisa, aliená-los é outra coisa. O ego ocidental não apenas libertou-se da Grande Mãe, mas lesou severamente sua profunda interconexão com ela. Essa ferida se ampliou, não apenas entre ego X natureza, mas entre ego X corpo” (Ken Wilber)

Referências literárias - Os Luminares, Liz Greene e Howard Sasportas

domingo, 3 de agosto de 2008

Rezando pra dar tudo certo

Mais do que rezando, mantendo uma atitude positiva...



Outra foto minha de grafite, denovo Fleshbeckcrew.
Coisa antiga, não tá nem mais lá... ainda bem que tem a foto, porque é lindo demais!