sábado, 31 de maio de 2008

A inveja e a cobiça

Estive pensando sobre a inveja nessas últimas semanas, tudo por causa de uma desvairada que, num ímpeto frívolo, deu em cima do marido alheio (e foi até muito mal sucedida na empreitada). Me espanta a burrice de determinadas pessoas e, nesse caso em particular, me dá raiva dessas mulheres, pois são elas quem dão conteúdo à comentários machistas do tipo “mulher não é amiga de mulher, os homens são muitos mais amigos... tal e tal”. Isso nos leva de volta ao pensamento católico de que a mulher é a precursora de todo o mal, uma verdadeira enviada do demônio... Precisamos lutar para corrigir esse pensamento absurdo a todo custo, mulheres são leais e solidárias amigas, capazes de ajudarem umas às outras nos momentos mais críticos. A inveja não é exclusividade do sexo feminino, é um sentimento que também corrói os homens. Não é à toa que é um dos pecados capitais.

Sempre achei que a inveja fosse uma espécie de prima pobre e feia da admiração, afinal, ninguém inveja o que não admira. Mas, numa breve pesquisa no Google, vi que eu confundia inveja com cobiça. Segundo Zuenir Ventura: “A inveja não é querer o que o outro tem (isso é cobiça), mas querer que ele não tenha, é essa a grande tragédia do invejoso.”

Na mesma pesquisa, encontrei um texto chamado Dialética da Inveja, de Olavo de Carvalho, publicado na Folha de São Paulo em 26 de agosto de 2003. Transcrevo aqui o primeiro parágrafo:
“A inveja é o mais dissimulado dos sentimentos humanos, não só por ser o mais desprezível, mas porque se compõe, em essência, de um conflito insolúvel entre a aversão a si mesmo e o anseio de autovalorização, de tal modo que a alma, dividida, fala para fora com a voz do orgulho e para dentro com a do desprezo, não logrando jamais aquela unidade de intenção e de tom que evidencia a sinceridade.”

É natural sentir inveja vez por outra, afinal, é um sentimento como qualquer outro e faz parte da vida. Não estamos aqui para sentir apenas o que é politicamente correto ou conveniente, mas não podemos nos deixar dominar. O invejoso é aquele que se avalia sempre desfavoravelmente em relação ao outro. Deveria cultivar um pouco de amor próprio para descobrir que cada um tem seu brilho, sua trajetória. Olhar para aqueles a quem admira e buscar desenvolver aquelas qualidades ou habilidades em si mesmo... ou simplesmente se ejetar para outra galáxia!

domingo, 18 de maio de 2008

A nova família

Outro dia estava em uma festa de aniversário quando o assunto cambou para o fato de reis e rainhas não viajarem no mesmo avião que seus herdeiros, pois em caso de acidente, o país ficaria sem monarca. Foi quando uma amiga disse: "taí a vantagem de filhos de pais separados: eles nunca vão perder pai e mãe em um mesmo acidente!" Inicialmente, todos acharam graça, mas dali por diante, começamos a enumerar os ganhos da criança de pais separados, e ao contrário do que se pensa, eles existem.

O divórcio marca o fim de um casamento, não o fim da família. É natural que inicialmente as coisas fiquem um pouco confusas até que todos tenham se adaptado à nova condição. O essencial para os filhos é não virarem moeda de troca, não serem postos no meio da briga. Que os pais se tratem com um mínimo de civilidade e não fiquem falando mal um do outro. Se há mágoas, que essas sejam trabalhadas com amigos e terapeutas, não com as crianças. Filhos querem poder estar com pai e mãe em datas importantes, como aniversários e apresentações do teatro da escola, sem que o fato estarem todos em um mesmo lugar seja motivo de tensão e conflito.

Quando os pais recasam, as famílias crescem, o filho passa a ter mais referências, mais pessoas a quem recorrer, a quem amar. As famílias ganham agregados, novos tios, avós, graus de parentesco tão novos que não há termos em nossa língua para designá-los. Usamos "avô-postiço" e "tio-emprestado", mas o "postiço" e o "emprestado" já estragam um pouco o vínculo. Meu pai, por exemplo, tem quatro filhos de outros casamentos e nunca os apresento como "meio-irmãos", refiro-me a eles como irmãos simplesmente, e quando tenho que explicar, prefiro dizer que são meus irmãos por parte de pai, acho mais simpático.

Temos muito o que aprender sobre a nova família, por isso recomendo a todos o livro DUAS CASAS E UMA MOCHILA que a terapeuta de família Sonia Mendes lança no próximo dia 25. Tenho certeza que o livro vai ajudar muitas crianças e pais a viverem melhor esse momento tão conturbado da separação.

domingo, 11 de maio de 2008

Saturno, Vênus e a arte do encontro

No mapa natal, Vênus reflete nossas escolhas, tanto no amor, como nas amizades. É um planeta de troca com o outro, indica aquilo que nos atrai, o que nos é caro, o que valorizamos, do que e de quem gostamos, o que nos dá prazer. Vênus simboliza nossa forma de amar, tanto amar ao outro quanto a nós mesmos. Por isso, quando queremos saber de relacionamentos, é para Vênus que devemos olhar.

A cada sete anos, aproximadamente, nossa Vênus natal é aspectada por Saturno em trânsito. Isso ocorre para cada um em épocas distintas, mas sempre nesse ciclo de sete em sete anos. Esse é o momento para examinarmos com sinceridade as nossas trocas, se elas têm sido ou não satisfatórias. O trânsito pede uma análise das nossas relações: se têm bases sólidas, se têm estrutura para maior comprometimento. Se temos ou não agido de forma coerente com nosso desejo. Essa análise pode até levar a uma crise, mas ela é necessária para que façamos ajustes condizentes para uma vida mais satisfatória. Até as amizades passam por esse crivo saturnino: que amigos são amigos para todas as horas, quais são os muito divertidos, mas só para o oba-oba. Em suma, o trânsito pede uma arrumação das prateleiras sentimentais, um exame das datas de validade e qualidades dos relacionamentos.

Se estamos casados, o trânsito apresenta uma oportunidade de revermos as bases do contrato. Podemos atualizar cláusulas, falar ao parceiro das nossas prioridades, dedicar um pouco mais de tempo e energia na relação.

Se estamos sós e em busca de um amor, é tempo de refletir se nossas atitudes têm sido sabotadoras ou construtivas. Saturno pede cautela, é um planeta de critério e seriedade. É bom aproveitar o momento para dar uma melhorada na auto-estima, é clichê, mas é verdade: quando nos gostamos, temos mais chances de sermos gostados. Desespero atrai desespero, agir por impulso ou carência não é a onda de Saturno. O cara é sério e demanda uma análise dos nossos valores para que possamos então encontrar pessoas que tenham a ver com eles. Saturno pergunta à Vênus o que ela realmente deseja e parte em busca dessa realização. Eu sei que um encontro amoroso não depende exclusivamente da nossa vontade, mas fica mais fácil para o universo materializar o que queremos se soubermos o que é.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Para as meninas

De vez em quando, chega uma pérola por email ... Bem, aí vai uma de autor desconhecido, que dedico às noivas do ano: Sílvia, Mari, Luli, Nanda e Duda (esqueci de alguma?)

'Homem tem que ser tratado igual cabelo!
Um dia a gente prende, no outro solta, num dia a gente alisa, no outro enrola,
dá uma cortada quando precisa,
uma semana a gente amacia, na outra é só jogar de lado e ele fica ótimo!

Fala a verdade... cabelo dá um trabalho... Mas e lá a gente consegue viver careca???'

sábado, 3 de maio de 2008

Limpeza de casa

Volta e meia, é bom fazer uma limpeza na energia da casa... Afinal, é nesse espaço que a gente recarrega as baterias: é onde, no mínimo, dormimos, nos banhamos e comemos. Deve ser um lugar aprazível, arejado, claro e limpo, pois representa o nosso útero na Terra, e que seja um 5 estrelas... É importante tentar não acumular muita tranqueira, fazer aquela limpeza periódica na papelada, nos armários de roupa, dar aquilo que não estamos mais usando pra alguém que vá usar, fazer a energia circular.

Flores, plantas e cristais (devem ser lavados de vez em quando, gostam de sol, lua e chuva) são super aliados, bem como boa música, pra dar aquela melhorada no astral. Além da renovada que podemos dar mudando coisas de lugar, jogando uma nova colcha na cama, ou mesmo pintando uma parede de uma nova cor, podemos também fazer uma simples mini mandinga de limpeza que acho muito útil. Acendo um incenso Ananda (comprado em lojas de produtos naturais ou camelôs de incenso), saio andando pela casa toda com o Ananda queimando na mão, visito cada cantinho, vou falando coisas como "nessa casa reina o amor, a harmonia, a verdade e a justiça, todos os habitantes dessa casa estão protegidos, são saudáveis, prósperos e felizes", vou falando a ladainha que vem na hora, mas é sempre mais ou menos isso, sigo a minha intuição. Para aqueles que têm um certo receio em falar uma reza, recomendo colocarem uma música bem sublime, algo de Tom Jobim, Luiz Eça, Gismonti ou Raphael Rabello da preferência, e irem mentalizando o bem. O Ananda não é um incenso qualquer, é uma espécie de defumador mesmo. Dá muito certo, purifica e protege.

Para os mais preguiçosos, há uma outra receita: comprar pastilhas de cânfora na farmácia e espalhá-las por alguns cantos da casa. Essas pastilhas vão se dissolvendo e somem com o passar do tempo, são limpadoras de ambiente. Ah, aos que vão utilizar as pastilhas, é bom dar um toque na faxineira para que não as jogue fora quando varrer o chão. Essas duas mandinguinhas são inofensivas e baratas. Uma limpezinha de vez em quando só faz bem!

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Sopa de Cenoura com Gengibre

5 cenouras descascadas e cortadas em pedaços
1 cebola média ou grande picadinha
um pedaço de gengibre de uns 5 cm cortado em pedacinhos
2 colheres de azeite
1 cubinho de caldo de legumes (opcional)

Refogue no azeite a cebola e o gengibre, acrescente os pedaços de cenoura, um pouco de sal e o cubinho de caldo de legumes, deixe pegar um gosto e só então acrescente uns 2 litros d´água.
Deixe cozinhar até que a cenoura fique bem macia. Espere esfriar e bata no liquidificador.
Volte com a sopa para a panela e esquente para servir. Corrija o sal e adicione um pouco de pimenta do reino moída e uma pitadinha de cominho.

Já no prato, pode pode ser incrementada com uma colher de queijo cottage.
Também é muito delícia servida fria no verão!

quinta-feira, 1 de maio de 2008

O começo do começo


Acabo de me tornar blogueira, quero colocar aqui algumas das minhas experiências e questionamentos. Abrir um espaço a mais para me comunicar com amigos, pacientes e impacientes. Há vinte anos atendo pessoas, traduzindo o simbólico dos planetas pra vida de cada um. Vejo cada vida como um processo de desdobramento em busca de uma totalidade, o que Jung chamou de "processo de individuação". O mapa natal (como uma foto tirada do céu no momento de um nascimento) forma a base dessa jornada, ali estão os instrumentos. O que vamos fazer com eles, depende de cada oportunidade e de cada escolha.

Acho que nem preciso dizer que gosto de gente, de ouvir sagas e ajudar a jogar luz em determinadas questões. Esse é o meu trabalho de consultório: ajudar o outro a melhor entender sua essência e o momento que está vivendo.
Não gosto de determinismos, fico um pouco irritada quando alguém chega perto de mim numa festa e diz: "Sou Capricórnio com ascendente Leão, isso é bom?" Dá vontade de responder:"Não sei... é?" Como posso eu dizer se algo é bom ou ruim? Como diz a música do leonino Caetano "...cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é..."
Mas uma coisa é certa, é preciso ter largo bom humor e uma pitada de bom senso, e isso não é idéia minha, é do Sogyal Rinpoche que escreveu O Livro Tibetano do Viver e do Morrer, e se o Rinpoche, que estudou a vida toda, diz que bom humor e bom senso são ingredientes essenciais para se viver os momentos mais críticos, eu acredito plenamente nele! E acrescento: podemos, eventualmente, perder um ou outro... ficar sem os dois, simultaneamente, gera advertência do ministério da saúde e pode ser muito prejudicial. No mais, vamos em frente.