quarta-feira, 15 de outubro de 2008

O presidente nos ameaça no Rio?

Gente, olha, sei que agora em outubro esse blog mais parece um blog de campanha, mas é que não dá pra ficar calada só assistindo sem lutar pela melhoria da qualidade de vida na cidade em que vivemos e que tanto amamos.
Então, mais uma vez, ataco com um texto de Beatriz Diniz, minha amiga jornalista:

Sou cidadã brasileira, natural do Rio de Janeiro, eleitora, pagante de impostos, e não apenas acredito como tenho certeza absoluta que relações institucionais entre esferas de poder não devem, em uma democracia, ser baseadas em interesses partidários, eleitorais ou pessoais.
No entanto, a Justiça Eleitoral permite que o Presidente da República faça campanha para um candidato qualificando como verdadeira a parceria Lula/Cabral/Paes e publicamente vinculando parceria harmoniosa do governo federal com a prefeitura dependendo do prefeito que for eleito pela população.
A cada vez que vejo comercial que divulga o apoio do Presidente Lula à campanha de Eduardo Paes, me sinto ameaçada como cidadã e como eleitora.
Transcrição do Comercial:
Fala do Presidente Lula: "se você tem um Presidente da República e um Governador que estão estabelecendo uma harmonia extraordinária nas relações políticas e nas suas relações administrativas, é importante que a gente tenha um Prefeito afinado com essa harmonia."
Fala do narrador: "uma parceria forte por recursos para levar o PAC a mais comunidades e expandir a rede upa 24 horas a todos os bairros."
Fala do Presidente Lula: "por isso, Sergio Cabral, Eduardo Paes, estejam certos que da minha parte iremos trabalhar harmonicamente e iremos trabalhar fazendo verdadeiras parcerias porque o povo da cidade do Rio de Janeiro merece."
O Presidente parece tentar enganar os eleitores, pois Lula não pode afirmar que o candidato que não apóia não estará afinado com a harmonia já existente entre o governo federal e o governo estadual. O Presidente Lula não pode garantir que harmonia será preservada apenas pelo seu candidato - a não ser que Lula se recuse a estabelecer relações e parcerias harmoniosas com eleitos não apoiados por ele .
No comercial da campanha de Eduardo Paes, Lula afirma que "é importante que a gente tenha um prefeito afinado com essa harmonia", ou seja, fica claro que essa harmonia não é importante para a cidade ou para a população e sim para "a gente", pois que gente é essa senão eles mesmos, Presidente, Governador e candidato do Governador e do Presidente? Isso é democrático e legal, é moral e decoroso um Presidente da república se posicionar publicamente nestes termos?
Se o Presidente afirma que irá trabalhar harmonicamente com Sérgio Cabral e Eduardo Paes, podemos entender que Lula não trabalhará harmonicamente com governadores e prefeitos não apoiados por ele e seu partido? Se o Presidente classifica como verdadeiras as parcerias com o governador e o candidato a prefeito que apóia, então, são falsas as parcerias com governadores e prefeitos não apoiados por Lula e seu partido? Se o Presidente afirma que trabalhará fazendo verdadeiras parcerias porque o povo da cidade merece, Lula quer dizer que parcerias não verdadeiras são o que merece o povo da cidade que eleger candidato diferente do apoiado por ele?
O apoio do Presidente e do governador deve ser a prefeituras e não a prefeitos, deve existir independente de afinidade política, eleitoral ou pessoal. Lula é indecoroso e nos desrespeita ao condicionar recursos do governo federal à eleição de seu candidato a prefeito no Rio, essa condição pode ser interpretada como uma ameaça aos eleitores, aos cidadão e à democracia. Lula, como Presidente, tem obrigação institucional de se relacionar com representantes de outras esferas de poder eleitos democraticamente, e não pode se negar a investir no Rio se o candidato dele não for eleito pela população do Rio. E a justiça eleitoral não deveria permitir que o Presidente de nosso país se preste a esse papel de ameaçar os cidadãos do Rio ao condicionar recursos públicos aos seus interesses eleitorais.

Texto escrito por Beatriz Diniz, jornalista profissional, que trabalhou em 15 campanhas eleitorais (PMDB, PSDB, PT e PDT), e que acredita na vitória da cidadania na cidade do Rio

3 comentários:

Anônimo disse...

Eduardo Paes devia ter vergonha de ser o garoto do governador e do presidente, uma corja!

Anônimo disse...

MUDANÇA JÁ!!!
A Beatriz Diniz está certissíma quando afirma que:

"O Presidente Lula não pode garantir que harmonia será preservada apenas pelo seu candidato - a não ser que Lula se recuse a estabelecer relações e parcerias harmoniosas com eleitos não apoiados por ele."

Então, Lula está ameaçando Rio e São Paulo caso Marta e Paes percam? (E, eles hão de perder!). Realmente, o TRE deveria proibir essas adesões oportunistas e o nosso presidente deveria ter o mínimo de ética para recusá-las!

Força no voto!
Ju de Sampa

Adriana Pinheiro disse...

Valeu Juliana!
Não dá pra acreditar que os ataques ao fato do Kassab não ser casado e não ter filhos estejam partindo da mesma pessoa que há alguns anos tentou aprovar no congresso a união estável entre pessoas do mesmo sexo!
Martox perdeu a noção e vai perder a eleição!