Hoje, conversando com meu pai, ele citou uns versos de um poema de Rudyard Kipling, que meu avô, pai dele, deu para ele ler quando tinha 15 anos. Qual não foi a surpresa do meu pai ao constatar que eu não sabia dessa história, sequer conhecia o poema...
Como rege a sincronicidade, chegou em muito boa hora. Histórias e poemas, passados de geração em geração, vão criando assim uma estrutura dorsal para a família (ou a tribo).
Vamos a ele:
Se
Se és capaz de manter tua calma,
quando, todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa.
De crer em ti quando estão todos duvidando,
e para esses no entanto achar uma desculpa.
Se és capaz de esperar sem te desesperares,
ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
e não parecer bom demais, nem pretensioso;
Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires,
de sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores.
Se, encontrando a Desgraça e o Triunfo, conseguires,
tratar da mesma forma a esses dois impostores.
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas,
em armadilhas as verdades que disseste
E as coisas, por que deste a vida, estraçalhadas,
e refazê-las com o bem pouco que te reste;
Se és capaz de arriscar numa única parada,
tudo quanto ganhaste em toda a tua vida.
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
resignado, tornar ao ponto de partida.
De forçar coração, nervos, músculos, tudo,
a dar seja o que for que neles ainda existe.
E a persistir assim quando, exausto, contudo
resta a vontade em ti, que ainda te ordena: Persiste!
Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes,
e, entre Reis, não perder a naturalidade.
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
se a todos podes ser de alguma utilidade.
Se és capaz de dar, segundo por segundo,
ao minuto fatal todo valor e brilho.
Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo,
e - o que ainda é muito mais - és um Homem, meu filho!
(Tradução de Guilherme de Almeida do poema If)
Adorei!Page Decoration - illustration by Rudyard Kipling (1865-1936) 1926
sábado, 11 de dezembro de 2010
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1 comentários:
Adriana, Querida! Que lindo.
Tocou-me profundamente, claro...
A Terra é Nossa!!!!!
Beijos & saudades.
Lisboa continua fria...
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