quinta-feira, 11 de março de 2010

O eixo

Estava no ônibus quando vi um cartaz que anunciava um curso de Gerenciamento de Stress. Comecei a pensar no quão eficientemente gerencio o meu. O corre-corre da vida é um convite irrecusável ao stress. As vezes, tenho a impressão nítida de que estou tendo um diálogo com o stress, algo como:
- alô, Adriana, sou eu denovo, o stress, preciso muito falar com você e tem que ser agora!
- ah, "seu" stress, não amola, me deixa, depois falamos, outra hora...
- eu vou estar ligando todos os dias (ah, sim, o stress fala gerundês!), então, vou estar ligando todos os dias e vou estar falando sem parar na sua cabeça sobre problemas, contas a vencer, qualquer outro assunto que vá te tirando do prumo.
- ah, pelamordedeus!
- não tem essa de apelar pra santo não, garota, vou estar te pegando na TPM, isso é certo!
- ah meu pai... Quer saber? Vá pra p*** que o p**** !!!
(desligo) e corro, já stressada, pra algo que me faça sentir bem.

Assim vou eu negocinado com a fera... Não quero nem gosto de ficar fora do eixo. O eixo pode até ser imaginário e sutil, mas existe. É aquela linha reta que entra pelo chakra da coroa ou cucuruto e desce até aquele outro chakra 4 dedos abaixo do umbigo e vai até o chakra da base, acima do fiofó. Os chakras são centros do corpo por onde circula a energia. Não sou fera no assunto, mas vou ilustrar:

Não sou meditante, iogue, nem nada assim, sou apenas uma garota latino americana normalzinha que já aprendeu com terapia que respirar muito fundo alivia o stress e que, as vezes, o apelo do stress é tanto que acho que a gente que nem respira direito... Mas o ponto onde quero chegar é o seguinte: há pessoas que me fazem voltar imediatamente para o eixo. São uma recarga de identidade, referências, pilares. Suas vozes atuam em mim como um bálsamo, me fazem lembrar quem sou, tudo o que já vivi e que ainda estou aqui para contar a história. São as pessoas a quem mais amo. Antídoto infalível para o meu stress é procurar e estar com uma delas.

Outra arma poderosa contra o carcará sanguinolento são algumas canções. Sabe aquela coisa da memória afetiva que remete a gente prum imediato sentir-bem? Há cheiros, gostos e música que têm esse poder teletransportador da alma. Vou colocar uma dessas músicas aqui hoje. Nem sei o porquê dessa específica música, mas ela me faz sentir bem. . . E que a paz do violão de Baden Powell esteja conosco!


2 comentários:

nós duas disse...

Adoro seu jeito de escrever... e de refletir sobre as coisas. Ajuda a controlar os diabinhos da oficina.
Mas que saudade de ter a sua voz pra dar uma espantada no maldito!
Beijos hipersaudosos.
Carol

beatrizdiniz disse...

arrasou! entrei pra pegar a receita da guaca e parei no post.