domingo, 9 de setembro de 2012

Independência ou morte!

Lendo Intimidade, livro da antropóloga Mirian Goldenberg, não dá pra não pensar na vida dentro de um contexto social de gênero onde as mulheres se impõem obrigações e tem-ques além da conta. Ao que parece, no Rio de Janeiro, se você não for jovem, não pode ser gostosa, muito menos se sentir... passou dos 40, tá passada; então, as pesquisadas além 50 se queixam, quase que em unanimidade, de estarem velhas demais para novas investidas amorosas... eita maluquice! Já as alemães da mesma faixa etária - diga-se de passagem, muito mais fisicamente detonadas do que as brasileiras - se percebem de uma outra forma, mais realizadas e experientes, parecem mais confortáveis com a maturidade, menos dependentes da aprovação da sociedade e de fatores externos. A ditadura do corpo perfeito pode esmagar a luz do indivíduo? ah que chatice... como se, de perto, alguém fosse perfeito... É quase inacreditável pensar que deixamos que o nosso senso de valor próprio e identidade seja regido por uma sociedade com valores e conceitos tão equivocados - e americanizados.

Assisti O Exótico Hotel Marigold, um filme inglês passado na India, onde a estética foge do botox para o brilho no olho. Nesse contexto, o envelhecimento é vivido mais simples e hamonicamente, não sem seus questionamentos e inevitáveis ajustes, porém, visto de uma forma mais leve, natural, sem a sombra da ilusão da eterna juventude... Um filme maravilhoso. Judy Dench, deusa, mostrando que dá pra fazer diferente.

Depois vi Histórias Cruzadas (The Help), uma outra referência de feminino no tempo e numa sociedade preconceituosa. Um filme extremamente claro em mostrar a crueldade de que são capazes as mulheres em seu mundinho bitolado e burro... a mesquinhez, a falsa noção de superioridade de raça. Mas a redenção no filme vem da nossa capacidade de união, da amizade e do respeito. E da ousadia de fazer diferente. Ah, a transgressão! Um filme muito sensível, comovente, imperdível. Viola Davis, arrasando.

O que tudo isso tem a ver? Mulherada, wake up and smell the coffee! Vamos abrir os olhos, com ou sem pé de galinha, e tirar os antolhos, as amarras, as algemas autoimpostas!

E viva a liberdade!



3 comentários:

Anônimo disse...

ViVa!!Super VIVA , mais q nunca VIVA!!Aí mesmo q temos q nos dizer , nos 2 sentidos , VIVA!!a LIBERDADE!!
Muito bem escrito e dito ,querida Dri!!Bjsssssss

Anônimo disse...

Esses bjsssss e comentario acima foram meus...esqueci de "assinar", chrisbaerlein ,+bjsss

JuSaad disse...

Adorei! Viva Dame Dench, viva você, Adri! Bjo