Estava jantando numa varanda e não pude deixar de observar as garotas adolescentes passando em grupo a caminho das casas noturnas de um balneário carioca. A faixa etária variava dos 13 aos 16 anos. O invariável era o figurino: todas vestiam uma blusinha com certo brilho, ultra mini micro saia e sapatos de salto muito alto. A aberração era o comprimento das saias - ou a falta dele! Não se trata de moralismo, não sou nenhuma paladina da moral e dos bons costumes, mas estavam todas vestidas de periguetes! (Nem vou entrar no mérito da cafonice master dos saltos super altos numa cidade praiana...)

Sendo astróloga e terapeuta, parte da minha missão consiste em observar
comportamentos e seus desdobramentos. Sei perfeitamente que a
adolescência é a fase das descobertas e experimentações, da emergência
da sexualidade, da urgência de pertencer ou ser aceita em determinados
grupos. E do desabrochar da questão ainda mais profunda que costuma acompanhar as
mulheres na vida adulta: a capacidade de despertar o desejo no sexo
oposto como validação da sua feminilidade e às vezes, existência.
Apesar do deleite que ser desejada causa na auto estima do feminino, creio que o anseio vá além: as meninas - e mulheres - querem também ser amadas, descobrir os meandros do corpo e as delícias do sexo com um parceiro que seja de alguma forma atento também a dar prazer. Com uma iniciação sexual carinhosa, mesmo apesar dos inevitáveis atropelos da adolescência, podemos construir uma base mais inteira para a sexualidade na vida adulta.
Fica a pergunta: a quem cabe a educação sexual dos nossos filhos?
Se você tem um filho ou filha adolescentes e não sabe muito bem como abordar o assunto, recomendo que lhe presenteie com o livro Sexo e Amor para os Jovens, do psicanalista Flavio Gikovate. É objetivo, franco e certamente um bom começo de conversa.